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SALA DE JANTAR
Esta sala, já da década de 1880, apresenta decoração neorenascentista.
Obra de Leandro Braga, a ornamentação em madeira de castanho incorporou fragmentos de talha dos séculos XVI e XVII, característica do ecletismo do século XIX.
Diariamente sentavam-se à Mesa de Estado: o rei, a rainha, o infante D. Afonso, os dignatários de serviço e, por vezes, convidados
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NOS BASTIDORES DA MESA REAL
As peças de mesa e as remessas para outros palácios eram controladas diariamente pelo Encarregado e pelo Almoxarife — cargos de António Duarte e de Narcizo António de Souza durante anos. Entre a sala de jantar e a sala de lavagem, cinco Moços da prata, em fardas azuis com galões dourados, serviam à mesa e cuidavam das centenas de peças sob as suas ordens.
As peças de mesa e as remessas para outros palácios eram controladas diariamente pelo Encarregado e pelo Almoxarife — cargos de António Duarte e de Narcizo António de Souza durante anos. Entre a sala de jantar e a sala de lavagem, cinco Moços da prata, em fardas azuis com galões dourados, serviam à mesa e cuidavam das centenas de peças sob as suas ordens.
A preparação para funções noutros palácios
As cerimónias fora deste palácio movimentavam centenas de peças dos serviços, têxteis e baixelas.
A embalagem e envio recaíam nas equipas do Encarregado das Mesas de Estado, sobretudo nos Moços das Caixas.
A seleção apresentada corresponde às peças enviadas para o almoço oferecido ao imperador Guilherme II da Alemanha, no palácio de Sintra, a 30 de março de 1905.
Os talheres, os pequenos complementos de serviço e as “novelties”
Consequência do serviço “à russa”, o número de peças sobre a mesa de quotidiano multiplica-se na segunda metade do séc. XIX.
Talheres, acessórios e ainda as “novelties”, pequenos objetos decorativos em voga, traziam brilho, humor e sofisticação ao quotidiano das refeições.
Permitiam escolhas mais ousadas e até de vanguarda nas chamadas artes da mesa.
As bebidas
Chá, café e chocolate tornaram-se comuns na segunda metade do século XIX e parte importante da sociabilidade da época, entre outras bebidas como cerveja, capilé, groselha, limonada, orchata e água gaseificada.
Acompanhando a característica oitocentista de uma especialização da forma para cada função, vendiam-se na época conjuntos próprios, autónomos, para determinadas bebidas. A par destes, a maior parte dos serviços de mesa integrava peças destinadas às bebidas quentes.
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SALA DE LAVAGEM
A cada refeição, as peças levadas à Mesa de Estado eram depois trazidas aqui para lavagem, contagem e arrumação. Este seria um lugar de grande dinamismo mas também de atenção e cuidado. Registavam-se as peças em más condições ou que não deviam voltar a ser usadas.
A caldeira de ferro e o grande lava-louça revelam o uso deste espaço. Apresentamos aqui as baterias de cobres e latões, equipamento e utensílios que evocam, por seu lado, as grandes cozinhas, na época localizadas na ala norte.
Equipamentos e Utensílios
Os utensílios de cozinha, de pastelaria ou confeitaria e copa são testemunho material importante da culinária oitocentista. Refletem o quotidiano do serviço da mesa e as práticas da Casa Real, ditadas pelos manuais publicados na época,
especialmente os de Dubois, autor da Cuisine Artistique, em 1872.
Destacam-se os objetos adquiridos na loja parisiense “À la Ménagère” e na “F. Tornotti”, em Turim. Combinam a funcionalidade e elegância, características do consumo das elites e da modernidade doméstica da época.
Outras mesas: serviços e complementos
Para além da Mesa de Estado existiram muitas outras neste
palácio, entre elas a de “Suas Altezas” (os Príncipes), a dos “Particulares”, a das
“Creadas das Excelentíssimas Damas” e a do pessoal, dita “da Família”. Serviços, peças e quantidades de alimentos eram atribuídos a cada uma, em função da
hierarquia.
Na casa de jantar “da Família” serviam-se os vários níveis hierárquicos em horários diferentes.
Objetos de Campanha
Os objetos de campanha da Casa Real portuguesa revelam o lado prático da vida régia fora dos palácios.
Utilizados em viagens, passeios e caçadas, concebidos para serem transportados com facilidade, combinam funcionalidade, elegância e requinte artesanal.
Refletem a atenção da corte ao conforto e à etiqueta, mesmo em contextos itinerantes.
Mesas de piquenique
D. Maria Pia apreciava refeições ao ar livre, no campo ou na praia, entre amigos e criados fiéis.
O pessoal carregava o material de piqueniques – mesas e cadeiras articuladas e tendas às riscas – para a mata da Penha Longa, a praia da Adraga ou para o campo.
Em lugares agrestes, por vezes isolados, em meio do nevoeiro, tudo era controlado com rigor — o Mordomo Souza zelava para que nada ficasse para trás.
Mesas do Sirius
Embarcação de recreio da Casa Real, o veleiro Sirius foi equipado com serviços próprios e de grande requinte.
Construído no Telheiro das Galeotas Reais, à Junqueira, foi lançado à água em 14 de Abril de 1877 e oferecido pelo rei D. Luís a D. Maria Pia nesse mesmo ano.
Elegante e estável, com interiores de luxo e casco de cobre, com uma tripulação de 8 homens, atingia a velocidade de 11 nós.
Em breve também poderá levar consigo a informação completa relativa às peças que acabou de ver.
Até já!